3.3.16

Delírios Declarativos #12

Dou muito valor ao Cristiano Ronaldo. A força de vontade, que teve que ter, para se tornar no melhor do mundo serve de exemplo para qualquer pessoa. Gosto de ver as várias reportagens a mostrar o que ele teve que superar para chegar onde chegou. As entrevistas com os familiares e com os treinadores, a contar os diferentes episódios. Quando ele acordava mais cedo do que os outros para ir treinar, ou quando ficava até às tantas da noite a fazer exercícios. Impressiona bastante.

Fazem falta mais reportagens destas para se perceber como se consegue chegar ao topo. Por exemplo: com o Hitler. Não há uma reportagem a mostrar o que o Hitler teve que passar para se tornar no melhor ditador do mundo. Não deve ter sido nada fácil. Se não foi para o Ronaldo, para o Hitler também não. Ninguém nasce com o talento para discriminar. É preciso muito trabalho e determinação. E se o Ronaldo teve, o Hitler também teve que ter. 

Consigo imaginar o Hitler, todos os dias, a acordar mais cedo do que os outros para odiar um bocadinho mais. Desde pequeno, sempre a tentar a ser o melhor a fazer comentários xenófobos e racistas. É preciso dar-lhe valor. É preciso mesmo. Foi o maior ditador da sua geração, ainda por cima na época de ouro da tirania. Temos um Mussolini em grande forma; temos um Estaline a fazer coisas maravilhosas ao nível da tortura; temos um Franco a facturar em Espanha. No caso do Ronaldo, há várias pessoas a considerá-lo o melhor, mas tens outros a considerar o Messi. Com o Hitler não. Há unanimidade: “Sim, ele era o ditador mais completo, sem dúvida. Perseguia, torturava, invadia e matava em grande escala. Tinha tudo, de facto.”

É uma pena que já não dê para fazer esse tipo de reportagens sobre o Hitler. Estou a imaginar o Nuno Luz a entrevistar os seus familiares: “Sim, via-se desde pequenino que ele ia espalhar o terror pelo mundo. Ele chegava da escola e ia logo a correr para a janela fazer comentários injuriosos às minorias que passavam na rua. Era impressionante a determinação que ele tinha para odiar. Lembro-me de uma vez que o apanhei, acordado, às tantas da noite. Eu perguntei: ‘Hitler, o que é que estás a fazer acordado a esta hora?’ E ele: ‘Estou só a acabar este desenho da nossa família a chacinar outra família de judeus, com pás.’ Já dava para ver que ia ser um fenómeno."

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