Amputar um braço, ou perder um braço, num acidente de trabalho, deve ser doloroso. É uma perda irreparável para a vida de alguém. É verdade que as próteses estão cada vez mais eficazes, mas mesmo assim o resultado não é o mesmo. Só consigo imaginar um cenário que piore esta situação toda: o braço perdido seja a única parte do corpo tatuada. Não consigo imaginar a minha reacção se, durante anos, tatuasse o meu braço com padrões tribais, frases em hebraico, uma ou outra estrela, uma fotografia de um familiar que quinou e depois, pumba: arrancam-me o braço. Anos e anos a criar, uma espécie de Museu de Arte Contemporânea no braço, e agora fico sem ele? Será que, ao menos, posso guardá-lo? Posso, ao menos, leiloá-lo à Christie’s? A dor de perder o braço e, ainda por cima, perder o braço tatuado é uma dor que nem todas as pessoas tinham a força de ultrapassá-la. O Michael Scofield muito dificilmente conseguiria.
- Ok, Michael, e agora é por onde?
- Deixa-me só ver aqui no braç...foda-se!
Isto já para não falar do investimento monetário. Fazer só uma tatuagem pode chegar aos 500€. É incrível o dinheiro que se perde num sítio, onde durante tanto tempo foi considerado sólido. É o chamado caso BES da anatomia humana.
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