O Holocausto foi dos acontecimentos mais brutais da história da humanidade. É assustador pensar no número de pessoas mortas pelos Nazis: 6 milhões de judeus, 3 milhões de estrangeiros, mais de 2 milhões de pessoas de diferentes etnias, 270 mil inválidos e a lista continua por aí fora. Eu, por acaso, continuei a ver a lista e acho que conseguem imaginar o choque que foi, ter chegado ao fim, e ter-me apercebido que, do número tão grande de vitimas, não constar nem 1 cantor de sertanejo. Nem 1! Como é que é possível? Como é que o partido Nazi chegou a essa conclusão?
- Ok, a nossa raça é muito superior às demais. Temos que nos livrar de alguns grupos que não façam parte da raça ariana. Alguns grupos que sejam considerados o cancro da sociedade...
- Cantores de sertanejo?
- Não sei, se calhar, os judeus ou os aleijados. Pelos menos aqueles grupos que, se forem exterminados, o mundo se transforme num sítio melhor...
- Cantores de sertanejo?
- Aqueles grupos que, se os executarmos a sangue frio, nós vamos ficar, do tipo: “Epa, já repararam no sossego que ficou o planeta? Assim, sim!”
- Cantores de sertanejo?
Confesso que essa decisão não iria mudar muita coisa, mas há, pelo menos, uma coisa que tenho a certeza que seria diferente: a percepção que teríamos do Holocausto. Vamos pensar que os nazis envolveriam os cantores de sertanejo no genocídio. Se calhar, hoje em dia, a nossa percepção seria muito diferente.
- Olha que até acabou por ser bom. Vá, é verdade que morreram mais de 11 milhões de pessoas, mas também é verdade que nunca mais vamos ter que ouvir “Elas ficam loucas! Elas ficam loucas! Elas ficam loucas, com um dedinho na boca!”
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