Alienígena 1: O que é que se passa com eles neste dia?
Alienígena 2: Estão a celebrar um número novo.
Alienígena 1: E porque é que estão a fazer alternadamente?
Alienígena 2: Não sei, é estranho. Aquela ilha grande, ali para sul, já lançou uma espécie de míssil colorido para o céu. Depois, passado uma hora, passa para outro lado.
Alienígena 1: Que mariquice. Achas que vale a pena atacá-los?
Alienígena 2: Vamos aguardar um melhor timing. Temos que observá-los durante mais tempo. Estamos aqui, há uma semana, já estudamos os seus comportamentos, mas este é novo.
Alienígena 1: É que é mesmo estranho. Eles parecem mesmo felizes. Será que esse número, que eles estão a celebrar, é a chave da lotaria? Se calhar cada um deles ganhou.
Alienígena 2: Isso não faz sentido. Se todos tivessem ganho, dava, para aí, 3 cêntimos a cada um. Ninguém fica feliz por ganhar 3 cêntimos.
Alienígena 1: Podemos estar na presença de seres que não valorizam o materialismo, preferindo viver em harmonia entre si, como uma verdadeira comunidade.
Alienígena 2: Se não tivesses adormecido, no outro dia, não dizias isso. Há uns dias, estes humanoides estavam quase à pancada por um pedaço de roupa.
Alienígena 1: A sério? Porquê?
Alienígena 2: Não sei bem. Só percebi que era uma coisa chamada “saldos”. O próprio tradutor intergaláctico teve dificuldades em traduzir.
Alienígena 1: Coisa estranha.
Alienígena 2: Acredita. Já viajei milhões de anos-luz, vi buracos negros a sugar sistemas solares em segundos, asteroides a colidir em planetas, estrelas a explodir e nunca tinha visto algo daquele género.
Alienígena 1: Espera aí, o sistema de navegação detectou alguma coisa: está ali um grupo grande a fazer uma espécie de contagem.
Alienígena 2: Será que nos viram e vão disparar contra nós?
Alienígena 1: Não sei. Já vão no número 7. Agora 6…5…4…3…2…1. Aaaaaah.
Alienígena 2: Foda-se, mais um míssil colorido? Não há paciência!
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